Com mais de 40 anos de contribuições à extensão rural, Claudio Reis deixa a Emater
Ingressar na Emater/RS-Ascar era um sonho para o engenheiro agrônomo José Claudio Lourega Reis. Os primeiros passos desta realização passaram a ser dados em 5 de janeiro de 1976, sendo que foi em Giruá onde atuou por maior parte desta trajetória, que encerrou em setembro deste ano, quando despediu-se da Instituição, ao aderir ao Plano de Desligamento Incentivado (PDI).
O amor pela agricultura veio de sua essência. Já na infância sonhava em se formar e trabalhar na agricultura. Amadureceu o sonho e foi em busca de conhecimento e alternativas para ajudar os agricultores na melhoria das condições de vida. Claudio da Emater, como é conhecido, cresceu na localidade de Mato Grande e desde cedo teve contato com a lida na agricultura, pois na época, segundo ele, as dificuldades eram muitas. “Não tínhamos luz elétrica em casa. Isso demorou chegar. Ia para a escola a pé ou a cavalo até o 5º ano primário. Para frequentar o ginásio fui morar na cidade, em Giruá. Fiz o técnico agrícola em Ijuí. Posteriormente a faculdade de agronomia em Santa Maria. Entretanto nos finais de semana e férias, na medida do possível, auxiliava na propriedade. Recebi muito incentivo dos meus pais para que estudasse e tivesse boa formação profissional e ética”, relata.
Foi na Emater/RS-Ascar que encontrou a forma de atuar ajudando as pessoas, aplicando os conhecimentos que sempre buscou.
Os primeiros tempos
Claudio se formou engenheiro agrônomo na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em dezembro de 1975, aos 21 anos, sem nunca ter sido reprovado. Após concurso prestado nesse mesmo ano, começou a trabalhar na Ascar em 05 de janeiro de 1976, no escritório municipal de Santa Maria, onde também realizou o pré-estágio. Em março de 1976 conheceu ainda mais sobre o funcionamento do trabalho da extensão rural, no pré-serviço, realizado em Viamão. Durante o mês de abril daquele ano, conheceu novas realidades no estágio desenvolvido no escritório municipal de São Luiz Gonzaga. A capacitação inicial era intensa e fazia toda a diferença na forma de atuação dos extensionistas.
Em maio retornou ao trabalho no escritório municipal de Santa Maria, onde permaneceu até agosto daquele ano, quando foi designado a trabalhar em São Borja. O trabalho de extensão junto às famílias são-borjenses seguiu até 12 de julho de 1982.
Em 13 de julho de 1982 iniciava uma nova história, em Giruá, que seguiu até setembro de 2020
Marcas no meio rural de Giruá
Enquanto esteve em Giruá atendeu a diferentes desafios de atuar na linha de frente, no campo. “Sempre procurei, juntamente com meus colegas elevar o nome da Emater. Graças à dedicação de seus profissionais essa instituição tem grande credibilidade e confiabilidade em Giruá e em todo o Rio Grande do Sul. Durante todo esse tempo, a Emater, em nível de Estado, enfrentou e superou várias crises e obstáculos, pois sempre contou com profissionais qualificados e comprometidos. Tenho orgulho de ter ajudado na superação todas as barreiras enfrentadas até agora”, afirma Cláudio
Em sua caminhada, tornou-se uma liderança, sendo que foi chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Giruá, por 30 anos, além de ter desempenhado essa função por três anos em São Borja.
Mesmo no período que ficou afastado, por dois anos e 11 meses, seguiu sua liderança, assumindo a presidência do Conselho Regional de Desenvolvimento das Missões (Corede Missões). Nessa oportunidade coordenou a elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Região Missões 2015-2030. Atualmente, Claudio é o vice-presidente do Corede Missões.
Em seu trabalho na extensão rural acompanhou e foi protagonista nas transformações tecnológicas que ocorreram durante essas quatro décadas, desde a evolução da mecanização, a elevação da produtividade, a preocupação com o meio ambiente, até o advento e revoluções da informática. “Nosso trabalho sempre teve por objetivo a melhoria da condição de vida das pessoas, levando em conta a conservação dos recursos naturais. Vi com muito sentimento a aceleração do êxodo rural e o fechamento de grande número de escolas no meio rural com consequências nefastas muitas vezes. Com certeza através do trabalho da extensão rural nas comunidades conseguimos minorar esses processos evitando problemas ainda mais severos”, relembra.
No momento em que se despede, carrega e deixa lembranças, fazendo questão de emitir uma nota de gratidão
Tenho muitos agradecimentos a fazer. Em primeiro lugar agradeço a Deus pela vida, pela saúde, disposição e pela oportunidade que me concedeu de trabalhar junto à comunidade giruaense. A esta só tenho a agradecer pela amizade, pelo reconhecimento, pelo respeito recíproco e até pelo carinho das pessoas durante todo o tempo que trabalhei na Emater, especialmente neste momento.
Agradeço às famílias de agricultores giruaenses. Agradeço aos ubiretamenses e salgadofilhenses, pois trabalhei um tempo quando ainda esses dois municípios eram distritos de Giruá. Dei minha contribuição para que realizassem o sonho da emancipação. Agradeço a todas as entidades representativas pelo bom entrosamento e parcerias que construímos ao longo dos anos. Enfim, a toda a população de Giruá pelo reconhecimento do trabalho e respeito mútuo durante esse tempo. Agradeço à minha família por sempre me apoiar. A todos os colegas da Emater. Um agradecimento especial à imprensa da cidade, pela divulgação e prestígio incondicional que prestou a esta instituição. À imprensa regional, falada escrita e televisiva meu muito obrigado, pois muitas matérias importantes abordando o trabalho da Emater aqui foram feitas.
Desejo vida longa a Emater/RS-Ascar, com a proteção de Deus.